Código Chitika

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Verde que quero ver-te nas estradas:...............................

Verde que quero ver-te nas estradas: conheça os corredores de biodiversidade

Reprodução

Quando as rodovias são construídas, não são apenas os territórios humanos que são divididos, mas também toda a biodiversidade local. Para permitir a migração das espécies separadas por estradas e evitar que elas sejam atropeladas, foram criadas pontes verdes, como esta da foto acima.
Pontes verdes ligam pedaços dos corredores de biodiversidade que foram interrompidos pela construção de rodovias. A primeira ponte verde que se tem notícia foi construída na França em 1950. De lá para cá, a Alemanha e países do norte da Europa disseminaram a ideia e foram feitos investimentos com dinheiro público para construí-las.
Animais de topo de cadeia alimentar como as onças e os lobos, por exemplo, necessitam de um território acima de 25 km² para viverem e se reproduzir com qualidade. Além disso, todas as espécies migram, geralmente por conta de mudanças sazonais de clima e padrões de alimentação ou acasalamento. Um espaço limitado para a sobrevivência destes, portanto, é inadequado.
A extinção de espécies animais no Brasil está ligada a ignorância de como a preservação dos territórios é essencial para a sobrevivência das mesmas. Além das mortes dos animais por atropelamento nas estradas, vários são hostilizados, como o lobo guará, cuja caça desenfreada nas propriedades rurais está ligada à falsa ideia de que ele é um grande predador dos rebanhos.
Para que a agricultura e preservação ambiental possam andar juntas, é fundamental que os responsáveis por propriedades rurais se informem e efetivamente cumpram a Lei Federal que diz que a preservação das matas ciliares (aquelas ao redor dos rios e riachos) é essencial para a continuidade do ciclo de produção da água e do não assoreamento dos rios. A criação de corredores de biodiversidade viria ao encontro da preservação dessas matas ciliares e a união dessas por meio de pontes verdes garantiriam a sobrevivência dessas espécies animais.
Como arquiteta urbanista e educadora ambiental, penso que o Brasil já tem uma jovem e lúcida população capaz de compreender a complexidade das relações do meio ambiente no qual vivemos.
Parece-me que tudo seria simples se as leis brasileiras fossem cumpridas, incluindo as normas técnicas da arquitetura e do planejamento territorial, que no Estado de São Paulo tem o nome de Macrozoneamento das Bacias Hidrográficas. Soluções técnicas para nossos muitos problemas ecológicos decorrentes, por exemplo, da produção da cana de açúcar no oeste do Estado de São Paulo, não são insolúveis e inclusive ajudariam a manter as safras em alta e os solos sadios. Falta apenas conhecimento técnico dos processos pelos proprietários rurais, lideranças políticas e presença da opinião técnica por parte dos arquitetos e urbanistas.
Escrevi esse post para inspirar quem ainda se comove com a vida e com as imagens dos animais dos dois lados das estradas esperando que nós arquitetos e engenheiros brasileiros possamos dizer ao poder público que eles estão fazendo tudo errado. E que fazer o certo não custa mais caro. Prova disso é que, no caso das pontes verdes, até mesmo os Estados Unidos (exemplo máximo do capitalismo selvagem) passaram a construí-las em seu território.
https://marisamurta.wordpress.com/2014/01/27/verde-que-quero-ver-te-nas-estradas-conheca-os-corredores-de-biodiversidade/


Nenhum comentário:

Postar um comentário