Verde que te quero ver-te nas cidades
A presença de árvores na cidade é essencial para manter o conforto higrotérmico das edificações. O leigo pode não saber o que significa essa palavra, mas sente seus efeitos. Uma edificação que não tem conforto higrotérmico obriga o usuário da mesma a ligar o ar condicionado ou ventilador no verão e o aquecedor no inverno. Obriga-o a colocar um umidificador no quarto para poder respirar melhor e ter uma boa noite de sono, além de colocar um desumidificador nos armários para tirar o cheiro de mofo que provoca coriza e rinite nas pessoas da casa. Numa edificação com conforto higrotérmico você tem o oposto disso: conforto e saúde.
A vegetação próxima às edificações também é essencial para manter a umidade adequada dos ambientes externos e internos, devido ao ciclo hidrológico e da evapotranspiração das árvores, ou seja, sua capacidade de transformar água em vapor.
Desde o momento em que o homem primitivo abandonou as árvores para procurar abrigo nas rochas e cavernas – e posteriormente aprendeu a construir com pedra, terra e madeira -, a natureza ficou à margem da ideia de progresso.
Criamos a cultura na qual árvores atrapalham a fiação da rede elétrica e o trânsito nas calçadas, sujam com suas folhas e flores a calha da casa vizinha e também a nossa. Um verdadeiro horror esses seres, flores caídas no chão deixam realmente as cidades muito feias (algum ser humano muito infeliz lançou essa ideia um dia…).
Também desprezamos as leis urbanas que obrigam a deixar uma área permeável em cada obra construída, para a drenagem rápida das águas das chuvas, ajudando a evitar as enchentes. O resultado estético, que vem acompanhado das trágicas consequências para a saúde e economia geral, são cidades assim:
Mas parece que, pelo menos nas sociedades mais desenvolvidas, uma nova relação entre arquitetura e ecossistemas está sendo lentamente construída, e para nós brasileiros, alguns exemplos bem sucedidos servem de inspiração. Não custa nada imaginar São Paulo substituindo o Minhocão por uma área verde como o exemplo de Boston (EUA), ou então, as universidades aderindo ao telhado verde, como a Faculdade de Cingapura.
Definitivamente, beleza sem natureza não é uma boa ideia para a arquitetura onde habitam seres vivos.
https://marisamurta.wordpress.com/2014/01/13/verde-que-te-quero-ver-te-nas-cidades/
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